E por falar em saudade...

A música me impulsiona para os mais diferentes estados emocionais possíveis e imagináveis. Ela é minha companheira em todas as horas, independente do estado emocional em que me encontro.
Tenho sempre uma trilha sonora pronta para acompanhar meu estado emocional.
Hoje, 09/05/2008 os sons que chegam aos meus tímpanos são totalmente contrários ao meu comportamento sentimental.
Estou vendo minhas forças ir embora perante a luta e permanência da equipe TeleCEU Vila Curuçá neste laboratório de informática.

As ações, proferidas por esta maravilhosa equipe, vinda da educação não formal diretamente para atuar no conjunto da educação formal sempre me serviram como combustíveis para seguir adiante, romper barreiras, vencer desafios e obstáculos que sempre me rondaram nestes 4 anos à frente do laboratório de informática.

Por mais que a dedicação e compromisso estivessem sempre ao nosso lado, sempre fomos incompreendidos. Sempre fomos tachados por alguns como “usurpadores” de espaço que atuam em beneficio próprio sem preocupações com aqueles que realmente necessitaram de ações e iniciativas em prol do letramento de qualidade.

Em meu caso, sempre me preocupei com a qualidade da prestação de serviços voltados a educação. Sempre me preocupei em promover soluções onde a tecnologia fosse sempre de encontro com a educação, de encontro aos meus alunos.
Mas nem sempre os esforços foram reconhecidos, foram considerados e muito menos analisados de forma critica e profissional com o objetivo de busca por melhor qualidade dos serviços.

Ao mesmo tempo que já enxergo aquele meu lugar de trabalho de forma nostálgica, vejo o caminho que está por vir. Um caminho cheio de obstáculos, desafios e metas. Igual aquele caminho que andei por todo o tempo como integrante do projeto TeleCEU desde minha entrada. Apesar da minha mente já me proporcionar alguns momentos que já estão congelados em minha memória, projetando pessoas que conheci, que passaram pela convivência diária, ensinamentos que aprendi e que levarei para novos horizontes. Estou contente comigo mesmo. Mais uma vez mostrei-me capaz de atuar de forma real, clara e objetiva, “sem proteção guardiã” na condução dos trabalhos a frente da unidade de inclusão digital neste estabelecimento de ensino. Por esta razão, apesar de palavras saudosas, meu fone de ouvido está vibrando ondas sonoras vindas de The Juju Orchestra: puro Jazz entitulado “Bossa Nova is not a crime”.

Meu apego, meu querer foi sempre voltado aos alunos e não a um grupo, a um nicho. Minhas ações sempre foram voltadas aqueles que necessitam de ações. A identificação foi imediata, pois sempre, ao olhar um aluno fazendo traquinagens, vejo-me sentado entre uma carteira e outra aprontado tudo contra os professores que estavam ali para me orientar e conduzir minha formação cidadã.

Essa é uma síntese desses 4 anos que vivenciei dentro da sala dos computadores. Máquinas que devido aos esforços de muitos educadores, hoje estão a serviço da educação não como um fim, um objetivo, mas como um meio, uma ferramenta que auxilia no aprendizado desses meninos e meninas nesta era hi-tec.

Por ter formação “técnica” como muitos dizem, poderia aqui escrever palavras sem significado claro, mostrando todo o poderio técnico que absorvi dentro dessa jornada tecnológica. Mas prefiro transmitir com essas palavras, sentimentos e emoções que aprendi com educadores experientes que sempre me disseram que: “Todos somos educadores”.

Nem sempre o discurso pronunciado é praticado. Por questões simples. Palavras não representam ações e ações não representam palavras.

Agradeço à todos que contribuíram com a minha formação dentro do âmbito educacional. Agradeço de coração a Vânia Fernandes pelos conselhos e ensinamentos. Agradeço aos diversos professores que tiveram tempo para grandes trocas de idéias sobre como a computação poderia ser benéfica no processo educacional. Agradeço a coordenação pedagógica (Marisa e Carla) e direção desta unidade escolar pela confiança depositada na equipe TeleCEU Vila Curuçá.
Por mais que esforços sejam feitos para nossa permanência, já me despeço aqui pois minha vitalidade em construir algo de bom à frente deste espaço se foi. Não vejo toda a minha capacidade, todo o meu potencial e minha força serem transformadas por ações que me convertam a um simples tapa-buracos a espera de um verdadeiro “dono do espaço”. Não nos apoderamos de nada que não tivéssemos capacidade profissional para tal.

Por tanto, enquanto ainda na condição de responsável pelo laboratório de informática farei os back-ups dos arquivos, inventário e entrega das chaves ao diretor desta escola, o senhor Vanderlei e a equipe TeleCEU coloca seus cargos a disposição do IDORT e CID (Coordenadoria de Inclusão Digital) para nos direcionar para uma outra unidade ou outra ação que seja de sua vontade.